Pois bem,dentro do que é conceito e tendência,vamos desvendar isso.
Loja de roupa nesse mundo é o que não falta, certo? Tem de tudo quanto é tipo, de tudo quanto é preço e em tudo quanto é lugar. Mas algumas pouquíssimas marcas tem o “direito” de desfilar nas Semanas de Moda que existem pelo mundo. E por quê? Porque por trás dessas marcas existe sempre um estilista, que pensa, repensa, inventa, surta, viaja, pesquisa, recorta e experimenta o ano in-tei-ri-nho para criar uma peça de roupa.
Mas aí vão me dizer que por trás de toda grife tem alguém ou uma equipe responsável pela “criação”. É verdade. Porém, convenhamos, não são todas elas que estão dispostas e aptas à realmente criar – no sentido mais literal da coisa. Tem marca que não cria nada, tem marca que copia, que lê, que entende, que filtra. E nem por isso são piores, tá? Tem que ter muita capacidade pra fazer isso, mas – independente do esforço – não é criação de verdade.
Criar de verdade exige aptidão, esforço, estudo, capacidade e inventividade. Os verdadeiros criadores,como todos os artistas,produzem obras únicas, especiais, que encantam, chocam, constrangem, agradam, aliviam, contam uma história, trazem um recado e – principalmente – fazem pensar. E, por isso, são dignas de exposição pública.
Assim, as semanas de moda estão aí para apresentar ao público as obras dos artistas estilistas. É ali, naqueles 15 minutinhos de desfile, que cada um tem a oportunidade de mostrar por onde caminhou nos últimos tempos, de contar sua história, de mostrar suas obras. E partindo desse pressuposto, muito daquilo que num primeiro momento julgamos bizarro já se dilui, né? Afinal, arte é arte e não são só os quadros do Realismo que podem ser consideradas grandes obras, certo?
Arte de Alexander Macqueen. |
Alexander Macqueen |
Alexander Macqueen (chocante!) |
Então consideramos as semanas de moda como as exposições de arte dos estilistas. Então pensa bem, você é o cara que passa o tempo todo pesquisando, estudando, buscando novas referências e inspirações, que desenha, recorta, costura (ou que coordena quem faz isso), que vai atrás da cor ideal e do tecido perfeito. Você é o cara que tem o seu conceito de moda, as suas apostas, as suas criações e vai se apresentar numa semana de moda com mais de 5 desfiles por dia.
Então vai usar seus minutinhos como? Vai fazer um desfile básico ou vai tentar de tudo quanto é jeito chamar a atenção de todo mundo?
não tô dizendo aqui que os desfiles são shows apoteóticos bizarros simplesmente por uma disputa “egóica”. O lance do ego rola forte, é claro, porém, o “exagero” dos desfiles é resultado de uma conta com vários fatores. A Semana de Moda é o momento que o estilista sai de sua imersão diária de pesquisa e estudo e vem mostrar sua arte “ao mundo”, sendo que, os 6 meses (no mínimo!) de trabalho tem que ser condensados em alguns poucos minutos de desfile. Como se não bastasse, além do pouquíssimo tempo de exposição, o estilista tem que dividir os holofotes com outros muitos profissionais tão bons quanto ele e que trabalham no mesmo ramo. Ou seja, é uma disputa acirrada por espaço, exposição e, principalmente, dinheiro – onde vale, praticamente, tudo.
Não tô dizendo aqui que os desfiles são shows apoteóticos bizarros simplesmente por uma disputa “egóica”. O lance do ego rola forte, é claro, porém, o “exagero” dos desfiles é resultado de uma conta com vários fatores. A Semana de Moda é o momento que o estilista sai de sua imersão diária de pesquisa e estudo e vem mostrar sua arte “ao mundo”, sendo que, os 6 meses (no mínimo!) de trabalho tem que ser condensados em alguns poucos minutos de desfile. Como se não bastasse, além do pouquíssimo tempo de exposição, o estilista tem que dividir os holofotes com outros muitos profissionais tão bons quanto ele e que trabalham no mesmo ramo. Ou seja, é uma disputa acirrada por espaço, exposição e, principalmente, dinheiro – onde vale, praticamente, tudo.
É ali a oportunidade que o estilista e toda sua equipe tem de mostrar suas capacidades. De gritar bem alto ‘ei, olha só do que eu sou capaz, imagina essa combinação de cores, olhaí o que eu posso fazer com tal tecido, olha só no que eu me inspirei pra criar tal estampa!’ Talvez por isso as bizarrices, os sustos e os exageros.
Mas nem tudo que que se vê na passarela, vai parar nas lojas. E por quê? Porque o desfile é feito para marcar, para arregalar os olhares e não para ser transposto literalmente para o dia-a-dia. É um evento criado para não se esquecer. É o momento de atiçar o público com novas propostas, cores, modelagens, tecidos e cortes. Com o tempo, todo aquele bombardeio de informação vai sendo assimilado, digerido, e na próxima estação o que chega às lojas são peças bem mais leves, com as informações mais diluídas e que, na maioria das vezes, te causam boa impressão.
Na passarela Balmain |
Usável por Madonna |
Pode reparar que do mesmo jeito que leva um tempo pra mulherada assimilar tendências como a do “ombro estruturado” e querer usar ombreiras de novo, também leva tempo pra se acostumar com algum design diferentão ou cor mais "cheguei" de carro, que quase não se vê na rua. Mesmo passando o tempo, vai ter mulher que não vai se render a tendência e vai continuar a achar ombreira cafona, como vai ter gente que não vai se acostumar com o “carro design” verde limão e vai continuar a achar o bichinho feio demais.Mas outras darão o braço a torcer e se entregarão ao modismo atual.
Então é isso gente, a criação de looks "susto" é um efeito de passarela, pensado para o show, para que o público olhe, comente, comente, comente e não esqueça.
Na próxima estação tá lá você e eu, bem felizes, querendo uma peça da coleção. Ou, no mínimo, cópias, releituras ou reinterpretações das tais peças vendidas pelas lojas que não desfilam nas semanas de moda – mas que vivem delas.
Espero ter sido claro.Um grande beijo.
Texto de referência by Lolô Porcel para o fashion4fun.com.br
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