segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Entenda a passarela

Gente,vocês que podem não ser tão aprofundados em moda já devem ter se indagado:Por que nas semanas de moda algumas modelos desfilam com aquelas roupas bizarras que nem todo louco teria coragem de usar?
Pois bem,dentro do que é conceito e tendência,vamos desvendar isso.
Loja de roupa nesse mundo é o que não falta, certo? Tem de tudo quanto é tipo, de tudo quanto é preço e em tudo quanto é lugar. Mas algumas pouquíssimas marcas tem o “direito” de desfilar nas Semanas de Moda que existem pelo mundo. E por quê? Porque por trás dessas marcas existe sempre um estilista, que pensa, repensa, inventa, surta, viaja, pesquisa, recorta e experimenta o ano in-tei-ri-nho para criar uma peça de roupa.
Mas aí vão me dizer que por trás de toda grife tem alguém ou uma equipe responsável pela “criação”. É verdade. Porém, convenhamos, não são todas elas que estão dispostas e aptas à realmente criar – no sentido mais literal da coisa. Tem marca que não cria nada, tem marca que copia, que lê, que entende, que filtra. E nem por isso são piores, tá? Tem que ter muita capacidade pra fazer isso, mas – independente do esforço – não é criação de verdade.
Criar de verdade exige aptidão, esforço, estudo, capacidade e inventividade. Os verdadeiros criadores,como todos os artistas,produzem obras únicas, especiais, que encantam, chocam, constrangem, agradam, aliviam, contam uma história, trazem um recado e – principalmente – fazem pensar. E, por isso, são dignas de exposição pública.
Assim, as semanas de moda estão aí para apresentar ao público as obras dos artistas estilistas. É ali, naqueles 15 minutinhos de desfile, que cada um tem a oportunidade de mostrar por onde caminhou nos últimos tempos, de contar sua história, de mostrar suas obras. E partindo desse pressuposto, muito daquilo que num primeiro momento julgamos bizarro já se dilui, né? Afinal, arte é arte e não são só os quadros do Realismo que podem ser consideradas grandes obras, certo?

Arte de Alexander Macqueen.

Alexander Macqueen

Alexander Macqueen (chocante!)

Então consideramos as semanas de moda como as exposições de arte dos estilistas. Então pensa bem, você é o cara que passa o tempo todo pesquisando, estudando, buscando novas referências e inspirações, que desenha, recorta, costura (ou que coordena quem faz isso), que vai atrás da cor ideal e do tecido perfeito. Você é o cara que tem o seu conceito de moda, as suas apostas, as suas criações e vai se apresentar numa semana de moda com mais de 5 desfiles por dia.
Então vai usar seus minutinhos como? Vai fazer um desfile básico ou vai tentar de tudo quanto é jeito chamar a atenção de todo mundo?
não tô dizendo aqui que os desfiles são shows apoteóticos bizarros simplesmente por uma disputa “egóica”. O lance do ego rola forte, é claro, porém, o “exagero” dos desfiles é resultado de uma conta com vários fatores. A Semana de Moda é o momento que o estilista sai de sua imersão diária de pesquisa e estudo e vem mostrar sua arte “ao mundo”, sendo que, os 6 meses (no mínimo!) de trabalho tem que ser condensados em alguns poucos minutos de desfile. Como se não bastasse, além do pouquíssimo tempo de exposição, o estilista tem que dividir os holofotes com outros muitos profissionais tão bons quanto ele e que trabalham no mesmo ramo. Ou seja, é uma disputa acirrada por espaço, exposição e, principalmente, dinheiro – onde vale, praticamente, tudo.
Não tô dizendo aqui que os desfiles são shows apoteóticos bizarros simplesmente por uma disputa “egóica”. O lance do ego rola forte, é claro, porém, o “exagero” dos desfiles é resultado de uma conta com vários fatores. A Semana de Moda é o momento que o estilista sai de sua imersão diária de pesquisa e estudo e vem mostrar sua arte “ao mundo”, sendo que, os 6 meses (no mínimo!) de trabalho tem que ser condensados em alguns poucos minutos de desfile. Como se não bastasse, além do pouquíssimo tempo de exposição, o estilista tem que dividir os holofotes com outros muitos profissionais tão bons quanto ele e que trabalham no mesmo ramo. Ou seja, é uma disputa acirrada por espaço, exposição e, principalmente, dinheiro – onde vale, praticamente, tudo.
É ali a oportunidade que o estilista e toda sua equipe tem de mostrar suas capacidades. De gritar bem alto ‘ei, olha só do que eu sou capaz, imagina essa combinação de cores, olhaí o que eu posso fazer com tal tecido, olha só no que eu me inspirei pra criar tal estampa!’ Talvez por isso as bizarrices, os sustos e os exageros.
Mas nem tudo que que se vê na passarela, vai parar nas lojas. E por quê? Porque o desfile é feito para marcar, para arregalar os olhares e não para ser transposto literalmente para o dia-a-dia. É um evento criado para não se esquecer. É o momento de atiçar o público com novas propostas, cores, modelagens, tecidos e cortes. Com o tempo, todo aquele bombardeio de informação vai sendo assimilado, digerido, e na próxima estação o que chega às lojas são peças bem mais leves, com as informações mais diluídas e que, na maioria das vezes, te causam boa impressão.


Na passarela Balmain

Usável por Madonna
É só pensar num Salão do Automóvel da vida. Todo mundo que tá lá é do mesmo ramo e cada um tem seu espaço para mostrar ao público suas “obras”. Podia ser bem tranquilo, mas não é. Cada marca quer chamar mais atenção que a outra. Por lá tem de tudo! Os carros mais velozes, as inovaçoões do mercado, os menores, os maiores e os bizarros. Tem até mulher gostosa que fica do lado do carro não sei pra quê. Mentira, eu sei! Porém, na vida real, continuamos com os mesmos tipos, tamanhos e cores de carros, com diferenças e inovações bem pequenas, que vão chegando e tomando conta do mercado pouco a pouco.
Pode reparar que do mesmo jeito que leva um tempo pra mulherada assimilar tendências como a do “ombro estruturado” e querer usar ombreiras de novo, também leva tempo pra se acostumar com algum design diferentão ou cor mais "cheguei" de carro, que quase não se vê na rua. Mesmo passando o tempo, vai ter mulher que não vai se render a tendência e vai continuar a achar ombreira cafona, como vai ter gente que não vai se acostumar com o “carro design” verde limão e vai continuar a achar o bichinho feio demais.Mas outras darão o braço a torcer e se entregarão ao modismo atual.
Então é isso gente, a criação de looks "susto" é um efeito de passarela, pensado para o show, para que o público olhe, comente, comente, comente e não esqueça.
Na próxima estação tá lá você e eu, bem felizes, querendo uma peça da coleção. Ou, no mínimo, cópias, releituras ou reinterpretações das tais peças vendidas pelas lojas que não desfilam nas semanas de moda – mas que vivem delas.
Espero ter sido claro.Um grande beijo.
Texto de referência by Lolô Porcel para o fashion4fun.com.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário